Das várias posturas desta prática, escolhi descrever brevemente algumas características relacionadas à posição do dragão. Muitas vezes difícil, e não tão amada pelos alunos do yin(!) esta postura traz benefícios tanto físicos, como emocionais e mentais.
Por sua dificuldade, inúmeras variações podem ser utilizadas durante as aulas. Eu particularmente, uso esta posição nas transições para sequências mais dinâmicas das aulas de Yin Yang.
Dependendo da variação usada, esta postura acessa as articulações do quadril e tornozelo, bem como a musculatura da virilha e principalmente dos flexores do quadril.
Semelhante às definições yin e yang, a medicina chinesa e seu sistema de atribuição de energia aos órgãos também é pareado da mesma maneira: em órgãos sólidos (yin) e órgãos que possuem um espaço ‘vazio’ (yang). Neste caso, meridianos que correm ao longo destas áreas estão relacionados com os órgãos baço (sólido – yin) e estômago (vazio – yang).
Baço:
Este órgão está associado com a remoção de células velhas da linhagem vermelha e com a produção e armazenamento de células da linhagem branca, os linfócitos. Estes tem função terapêutica e parte importante no funcionamento do sistema imune.
Acredita-se que a o baço seja a fonte de energia para outros órgãos do corpo, pois extrai nutrientes de alimentos e líquidos ingeridos e os converte em sangue e chi. Por isto, quando o chi deste órgão está desequilibrado, o organismo todo pode entrar em desarmonia, desencadeando um bloqueio energético generalizado de chi.
Estômago:
É o órgão primário da digestão, recebendo alimentos e iniciando o processo de assimilação e distribuição. Os nutrientes utilizáveis são enviados para o baço e os que precisam ser ainda filtrados vão para o intestino.
O estômago tem uma valiosa função pois recebe alimentos e água para funcionamento saudável de nosso corpo. A alimentação saudável leva a manutenção das funções (fluxo e qualidade) adequadas de chi.
Qualidades Energéticas, Emocionais e Mentais
Pela importância no transporte e transformação de nutrientes, quando há desarmonia nas funções de chi do baço e estômago, o corpo e a mente não recebem a devida energia, o que pode levar à letargia, cansaço e fraqueza. Os ritmos de sono, respiração e pensamento estarão fora de sincronia.
Na sua disfunção podem aparecer problemas digestivos, falha no processo de desintoxicação e rigidez da fáscia ao redor do estomago. Diz-se que o desenvolvimento de úlceras, gastrite, anorexia, obesidade e até mesmo infertilidade e a sensação de estarmos ‘fora do eixo’ podem ser indícios de que o chi (baço e estômago) esteja deficiente.
A função do chi destes órgãos é associado ao elemento terra e a sensação de estarmos confortáveis com nós mesmos. Está também associado à conexão com o mundo a nossa volta, quando transformado os alimentos ingeridos no que somos. Esta capacidade de adaptação está relacionada com níveis de espontaneidade, habilidade de avaliar situações e responder às mesmas adequadamente. A qualidade e fluxo de chi destes órgãos está associado com a nossa capacidade de estarmos contentes, com a habilidade de estar bem e de aceitar os desafios do dia-a-dia.
Disfunções deste chi estão associadas ao desenvolvimento de ansiedade, nervosismo, tendências obsessivas, preocupações excessivas e inflexibilidade. Já quando as funções deste chi são adequadas, nosso comportamento transparece com equanimidade, com pensamentos claros, coerentes e discriminados.
Apesar das demandas do nosso cotidiano, o estilo de vida e a prática do yoga, através de diferentes ferramentas, nos mostra a importância de manter o corpo ativo, nos alimentarmos de maneira saudável e moderada, e respeitar o ritmo e processos do nosso corpo.
Nos vemos no tapetinho!
Marina x
Fonte: ‘Insight Yoga’ – S. Powers
‘The Complete Guide to Yin Yoga’ – B. Clarke