Método
NATUREZA YIN/ YANG
No Taoísmo, fenômenos naturais são descritos em termos Yin/ Yang, são forças opostas, extremidades, polaridades. Fenômenos ditos como Yin são aqueles mais estáveis, de pouco movimento, escuros, por vezes frios e de natureza calmante. Já os fenômenos ditos como Yang, são aqueles que estão em movimento, claros, quentes e mais energéticos.
De acordo com esta tradição, vivemos em uma realidade relativa, sem absolutos, onde prevalece a interdependência. Por isso no símbolo Yin e Yang, há uma qualidade de equilíbrio, ciclo, continuidade, sem inicio e sem fim; explicando que fenômenos estão em transformação, impermanentes, e em contínua evolução.
O QUE É CHI?
A medicina tradicional chinesa, assim como outras práticas de culturas orientais, definem chi (muitas vezes também com a referência Qi) como a ‘energia vital’/ ‘força vital’. O chi não é mensurado por unidades elétricas, equações químicas, tão pouco por emoções ou pensamentos, porém, fenômenos naturais são manifestações desta energia vital chamada chi.
A prática do Yin Yoga pode trazer sensações novas, o que se traduz em um novo nível de flexibilidade corporal (e mental). Essa prática também, como outras práticas de yoga, está associada ao desbloqueio de canais energéticos (meridianos, como na medicina tradicional chinesa) para que o chi flua mais livremente.
YIN YOGA
A prática do Yin Yoga difere de outras práticas por apresentar uma característica passiva e silenciosa que estimula a auto-observação e introspecção.
Uma das intenções da prática é de complementar atividades físicas mais dinâmicas (de natureza Yang). O alvo nesta prática, são os tecidos de qualidade Yin, como o tecido conjuntivo. O trabalho feito com o tecido conjuntivo é diferente do trabalho feito com os músculos. O tecido conjuntivo não responde tão rápido quanto os músculos por isso a necessidade de serem exercitados de maneira distinta.
Ao invés de sessões repetitivas e dinâmicas como no trabalho muscular, durante as práticas, alunos permanecem nas posturas por 3 a 5 minutos (geralmente exercícios no chão), relaxando todos os músculos. Pode-se dizer que este é um exercício de ‘tração’ (usando o peso corporal juntamente com a gravidade) e tempo nas posições, para que o tecido conjuntivo possa se mover lentamente, de maneira segura.
Durante a prática, na maioria das vezes, o foco das posturas é na região lombar e do quadril, para deixá-las mais flexíveis/ ‘abertas’. Esta ‘abertura’ da região lombar e do quadril traz benefícios para a prática de meditação, que se faz com mais conforto e estabilidade na postura sentada.
Outro foco da prática é desacelerar da rotina frenética, dedicar um tempo para restaurar/ conservar energia, um tempo para contemplação e introspecção, uma hora dedicada ao corpo e a mente. Este ‘tempo’ é muitas vezes deixado de lado com o nosso costume de sempre estar ocupado com alguma atividade. Muitas vezes não sabemos o quanto estamos cansados até nos darmos espaço para parar e simplesmente ‘estar/ser’.
Como a prática é menos dinâmica do que uma prática de natureza Yang, muitas vezes o enfoque é no silêncio, e na conexão física e mental. Durante as práticas, observam-se os estados mentais e sensações físicas, com a intenção de trazer a qualidade de atenção e consciência, sem apego. Compreende-se então a natureza da impermanência, aonde sensações e pensamentos vem e vão. Um paralelo pode aqui ser feito com as nuvens, que continuam a se mover no céu, assim como nossos pensamentos e emoções durante nossas vidas.